PM NA ESCOLA


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Sou contra a militarização das escolas. Escola é o lugar para se aprender a lidar com o contraditório, com a diferença e a diversidade. O primeiro e único caminho possível é o diálogo.

O caso da escola de Guarulhos, na qual a PM reprimiu um protesto encostando a ponta da arma de fogo em alguns alunos, é chocante. Primeiro, porque demonstra a total falta de preparo da força policial para lidar com demandas contenciosas da sociedade democrática.

Segundo, porque a postura do diretor da escola evidentemente potencializou e provocou o conflito. Na reportagem do G1, “a confusão começou durante um protesto contra a decisão do novo diretor de proibir a entrada de alunos depois do início das aulas, às 19h. Os alunos reclamam que nem sempre conseguem chegar a tempo, porque muitos trabalham e vão direto para a escola. O grupo combinou que ficaria no pátio para protestar.”.

Primeira questão: qual o embasamento do diretor em proibir a entrada dos alunos depois das 19h? Seria uma prescrição legal categórica? Sabemos que escola tem horário de funcionamento e este deve ser respeitado. Mas sabemos também que quem estuda a noite, muitas vezes, trabalha durante o dia e pode ter problemas para chegar no horário da primeira aula.

Uma solução possível seria fazer um cadastro autorizando determinados alunos, mediante apresentação de comprovação de trabalho, a entrar na segunda aula, por exemplo. Ou marcar falta na primeira aula e, depois, exigir uma compensação.

No entanto, ao que parece, faltou ao diretor a capacidade – ou boa vontade – de entender que a escola é um equipamento público voltado à garantia de direitos da comunidade. E isso exige, da parte de gestores, professores, servidores técnicos, junto com a comunidade, pensar soluções para garantir a todos os alunos seu direito à educação.

E.S.C., 05.04.2019

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